Antes de falarmos sobre a saúde do cuidador familiar, é importante entender que o estresse ou sobrecarga é definido por um conjunto de adaptações orgânicas e psíquicas que o corpo emite a partir de estímulos agressores. Alguns deles são: o ambiente, fator econômico, social e familiar, por exemplo.

Nesse caso, o cuidador familiar da pessoa com deficiência está diretamente exposto a esses agressores, de forma constante e em todas as esferas de seu cotidiano.

A pessoa com deficiência intelectual possui algum grau de dependência, seja ele cognitivo, motor e/ou social e necessita, assim, de um acompanhamento direto durante toda a sua vida.

 

Papel fundamental do cuidador familiar

O cuidador familiar é quem é responsável por para manter os cuidados necessários para com a pessoa com deficiência. Sabe-se que na maioria dos casos são mulheres, geralmente mães ou irmãs.

De acordo com o grau de dependência da pessoa com deficiência, ela requer do cuidador atenção integral à alimentação, higiene pessoal, administração da medicação, acessibilidade aos ambientes frequentados, entre outras diversas atividades de vida diária.

 

 

Esse familiar sofre, assim, uma sobrecarga de trabalhos, tendo muitas vezes que atrelar os cuidados únicos à pessoa com deficiência às demais tarefas cotidianas, como o trabalho doméstico e formal, a família, a saúde e o seu autocuidado.

Isso faz com que ele se desdobre em múltiplas funções essenciais em sua rotina, o que provoca o estresse e algumas enfermidades advindas da exaustão.

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Familiar esquece de si mesmo

Desta forma, muitos deixam de olhar para si e suas necessidades, negligenciam sua saúde, renunciam às atividades de lazer e diminuem o tempo que poderiam dedicar para dar atenção a si mesmo. Essa função impacta no desenvolvimento e manutenção da qualidade de vida dos envolvidos no cuidado.

Com o processo de envelhecimento da pessoa com deficiência, seu grau de dependência eleva-se e a tendência é que a atenção precise ser cada vez mais presente e ativa na vida do cuidador familiar.

 

Pesquisa para entender melhor essa realidade

Tiago Lupoli, psicólogo, e Karolline Moraes, terapeuta ocupacional, realizaram recentemente uma pesquisa com algumas famílias do programa Centro Dia, da APAE Diadema.

Eles utilizaram testes e inventários reconhecidos, como a Escala de Zarit e o Questionário de Estado de Saúde SF-36, e constataram que 83% dos cuidadores apresentam algum grau de estresse devido ao papel exercido.

Por entender que o estresse do cuidador familiar é um fator decisivo na manutenção dos cuidados oferecidos à pessoa com deficiência, o programa Centro Dia da APAE Diadema desenvolve, semanalmente, o Grupo de Fortalecimento de Cuidadores.

 


Nesse momento, além de atividade física, há um espaço para acolhimento e discussão acerca das questões referentes à sobrecarga vivida pelo familiar.

Conclui-se que o cuidador familiar precisa de atenção maior em todos os campos de sua vida, com mais acesso ao conhecimento sobre a pessoa com deficiência, a atividades de lazer, serviços de saúde prioritários e à possibilidade de desenvolvimento pessoal.

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